Inspirado numa crónica que li recentemente, concordando com algumas conclusões, discordando de outras e acrescentando mais algumas, aqui ficam, no meu entender, características que nos diferenciam como povo, as nossas pancas, defeitos, feitios e outros. Reuniões para tudo e mais alguma coisa: é só reuniões, na escola dos putos, no condomínio, no trabalho, e claro, sempre com o caderno e a caneta atrás. Não compramos jornais/revistas: vamos sempre ao cafézinho do bairro, apanhamos o Record ou o Correio da Manha e lá pomos em dia a leitura. Conhecemos toda a gente: saímos de casa, cumprimentamos o vizinho, conhecemos o varredor, apitamos ao amigo que passa em sentido contrário, conhecemos o dono do restaurante, do bar e do café, etc, etc. Andamos sempre com o “com licença” atrás: estamos sempre a incomodar, com o carrinho das compras, para chegar à prateleira, para passar na porta. Sempre que oferecemos uma prenda damos sempre a garantia da troca: nunca se sabe se a outra pessoa gosta e não há nada pior que dinheiro mal gasto, o talão de troca é a garantia da prenda e não a prenda em si. Nunca temos tempo: para ler, para ir lavar o carro, para ir ás compras, para ir ao médico e para acabar o trabalho a horas. Somos uns coitadinhos: mal pagos, injustiçados, esquecidos. As regras são só para os outros: no trânsito é o típico “ele que pare”, se o colega não vai trabalhar porque se sentiu mal é porque se baldou ao trabalho mas se formos nós, a nossa justificação é sempre plausível. A culpa é sempre dos outros: se erramos é porque alguém não nos avisou, eles é que conduzem mal, eles é que ouvem música pimba, eles é que são “chico-espertos”. Lá fora é que é bom: cá nunca funciona nada bem, os nórdicos isto, os japoneses é que fazem bem aquilo, os subsídios são bons é na Suécia, lá é que se vive bem. Tudo é discutível: nada é garantido quando estamos numa discussão, temos sempre de opinar mesmo que não saibamos o que estamos a dizer, isto devia ser mais barato, aquilo devia ser mais caro, o governo isto e aquilo, o Rebordosa é que devia ter ganho ao Cascalheira. E assim somos nós, assim somos portugueses, com muito orgulho!
sábado, 9 de abril de 2011
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faltou-te dizer que a cada raio de sol somos os maiores e somos um povo alegre e feliz,que a cada gota de água ou nuvem no céu estamos tristes e/ou deprimidos,o nosso estado de espiríto é muito bom entre os dias 1 e 5 do mês,bom entre 6 e 10,á rasca entre 11 e 20,fodidos entre 21 e 25 e ansiosos entre 26 e 31...temos a pancada que Portugal é o lugar mais Lindo do mundo e que só Portugal é que é bom,melhor mesmo só o Brasil mas não conta porque está cheio de brasileiros.só aceitamos trabalhos,correcção,empregos de 2ª a 6ª das 9 ás 17h porque é o que está "estipulado" pela sociedade nacional,porque ao sábado é noite de sair e estar com os amigos,e ao domingo é dia de ir-mos todos para os mesmos sitios para parecer-mos muitos...
ResponderEliminarMuito bem! Excelente, principalmente a parte dos dias e do nosso estado de espírito. Obrigado pelo comentário. LS
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