Considero-me uma pessoa educada, respeitadora e cumpridora das demais regras da nossa sociedade, mas nem sempre fui assim. Tempos houve em que fiz coisas que hoje ao olhar para trás seria incapaz de repetir, muitas vezes até questiono como fui capaz de as fazer: a irreverência de uma juventude, as companhias, o amor cego por certas “crenças” chamemos-lhe assim ou outros quaisquer motivos. Hoje, provavelmente por uma maturidade adquirida por força das responsabilidades assumidas, constato que o “bichinho” embora adormecido por falta de adrenalina, falta de uma abordagem carpe diem própria de um jovem, continua cá. Não morreu, não desapareceu e temo que um dia, por qualquer situação mais apertada ele se revele, tenho a certeza do que sou capaz e isso assusta, e que cometa algum erro do qual me possa arrepender. Todos temos as nossas fraquezas, acho até natural recairmos mas a forma como nos levantamos é completamente diferente. É natural, todos temos os nossos defeitos e por mais maduros e responsaveis que sejamos, a própria vida, com os seus stresses diários pode fazer-nos explodir um dia e aí ninguém nos vai parar! E isto pode acontecer pelo motivo mais parvo: no trânsito com um gajo que nos fez uma razia, no café com alguém que nos insultou, no trabalho com alguém que nos prejudicou, no nosso prédio com um vizinho barulhento, com um gajo que olhou demasiado para a nossa mulher, com um artista que nos deu uma porrada a jogar à bola, etc, etc....é isso que mais receio...Enfim, é a vida...somos assim...é respirar fundo e seguir em frente!
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